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Corrente Comerciária deve crescer

Os comerciários são uma categoria de trabalhadores especiais, reconhecidos oficialmente graças ao trabalho de seus representantes sindicais. Classe heterogênea de profissionais, comporta desde um simples empacotador a um vendedor de aviões. Em geral, é o primeiro emprego de um cidadão, quando começa a aprender a trabalhar. Há muitos que estudam ancorados nesse tipo de trabalho.

Os trabalhadores já foram reconhecidos por seus uniformes: o azul dos industriários, branco de médicos e profissionais de saúde, marrom (uma simples expressão) do vale do silício, cor de graxa para os mecânicos e trabalhadores das oficinas. Se os comerciários não têm um único uniforme, a característica maior de suas vestimentas é a elegância. Vestem-se muito bem, estão sempre apresentáveis, como exigem os anúncios para empregá-los.

Não é fácil aglutiná-los em torno de objetivos comuns. São milhares de trabalhadores, mas, em geral, não pertencem à mesma empresa. É normal existirem muitas pequenas empresas com número reduzido de empregados. Num shopping, por exemplo, se encontram milhares deles, mas espalhados por 200, 300 empresas. Essa situação dificulta a mobilização, as greves ou os protestos da categoria. Mas, apesar disso, ela é muito organizada no Brasil.

Fenômeno

Então, a disseminação de ideias entre eles encontra algumas dificuldades. No entanto, um fenômeno novo está acontecendo na categoria. Suas novas lideranças estão conseguindo se organizar na chamada “Corrente Comerciária”. Iniciou-se praticamente na eleição passada, em torno da candidatura do Luiz Carlos Motta a deputado federal. Ele recebeu surpreendentes 95 mil votos. Um feito e tanto.

Em meio às dificuldades, a campanha de Motta foi um avanço técnico e político. Os comerciários conseguiram se unir em torno de um objetivo comum, como nunca tinham feito antes. Isso foi muito importante e é um exemplo para outras categorias de trabalhadores. A corrente continua e, agora visa as eleições municipais de 2016. Em 2012, elegeu 12 vereadores e a meta é alcançar o triplo disso. Se depender da obstinação de líderes como Ricardo Patah e Luiz Carlos Motta, realmente pode acontecer.

Estive na reunião da Fecomerciários em Praia Grande, quando todo o trabalho da “Corrente Comerciária” foi analisado, pesado e medido. O entusiasmo foi imenso, e creio, a "Corrente" deve crescer e se espalhar por todo o Estado de São Paulo, talvez contaminando positivamente os demais estados da Federação. Vamos observar este fenômeno de perto e torcer para que ele se consolide. Parabéns aos comerciários!

Laerte Teixeira da Costa é vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e secretário de Políticas Sociais da CSA


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